Antes de ser impulsionada pela série espanhola Casa de Papel, Bella Ciao já era muito conhecida na Itália. Há muitos anos é considerada o canto contra o nazi-fascismo e ficou muito popular depois da segunda guerra porque era cantada pelos jovens que lutavam pela democracia.
A melodia originalmente é de um canto típico da região do Veneto e Emilia Romagna, com o qual os trabalhadores das lavouras cantavam o seu árduo lavoro no campo. Há algumas versões da letra, mas a mais conhecida continua sendo a do Partigiano pedindo que, se for morto, seja enterrado sob a sombra de uma bela flor, para que as outras pessoas saibam que aquela é a flor do homem da resistência, que morreu pela liberdade.
O Partigiano não era um soldado do exército, mas um homem que combatia defendendo o seu território, a parte à qual ele pertencia. Por isso os Partigiani foram os protagonistas da resistência, porque lutavam como civis contra os militares invasores.
Mulheres também participavam das lutas e por diversas vezes criavam um nome de batalha e por este eram conhecidas entre seus pares. Assumiram funções importantes, chefiaram grupos e foram fundamentais para garantir os direitos das mulheres, conquistando novos postos de trabalho, antes exclusivos dos homens.
Há 75 anos Il giorno della Liberazione é comemorado no dia 25 de abril e marca a data do fim da ditadura fascista que durou duas décadas. Tradicionalmente Bella Ciao é tocada e cantada nas praças por todo o país.
E o mundo canta sempre que há necessidade de expressar oposição e/ou resistência.
Mas neste ano vai ser diferente. A associação dos Partigiani (ANPI – Associazione Nazionale Partigiani d’Italia) propõe que às 15h todos cantem a música nas janelas e sacadas de suas casas, ao estilo flash mob. Assim, a festa da Liberazione para todos os italianos está hoje associada a outro contexto, e a palavra de ordem agora é Renascer.
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