Hoje, 27 de Janeiro, é celebrado o Dia da Memória, uma iniciativa do Governo Italiano para recordar o extermínio e perseguição dos judeus durante as guerras (Dia Nacional da Lembrança do Holocausto).
Na Segunda Guerra Mundial, 6 milhões de judeus foram mortos em campos de concentração pelo regime nazista liderado por Hitler. A justificativa de pureza étnica deu ao mundo um dos maiores horrores de todos os tempos.
E no dia 27 de janeiro de 1845 muitos prisioneiros foram liberados de Auschwitz.
A cidade de Montebelluna organizou uma programação especial com diversas atividades para "contar o passado sem esquecer do presente".
Assim como o nazismo propunha à Alemanha, o fascismo italiano pretendia criar uma nova Itália, com um "novo italiano" forte, saudável e disciplinado, capaz de conquistar novos povos. Este "novo homem italiano estava pronto para substituir os antigos habitantes da península".*
O principal objetivo da guerra étnica é eliminar fisicamente qualquer um que seja diferente.
Muitos países ainda sofrem com as consequências destes eventos, muitas cidades foram destruídas por bombardeios, famílias separadas por atitudes cruéis e desumanas.
E de onde vem tanto ódio ao diferente?
Segundo Luca Leone, um dos responsáveis pelo livro e documentário La pace fredda,
"l' odio comincia con la narrazione storta e razzista, ripetuta tante volte" (o ódio começa com a narração distorcida e racista, repetida tantas vezes). São histórias baseadas em fatos que nem sempre condizem com a realidade, perpetuadas por longos anos.
O documentário questiona se a guerra na Bosnia Erzegovina realmente acabou ou o que existe desde então é uma paz fria, que não é considerada justiça por aqueles que viveram os 4 anos de conflito, de 1991 até 1995. Desde o fim da Segunda Guerra, este foi o conflito mais longo e violento da Europa.
Milhares de mulheres e meninas sofreram violência sexual, civis foram presos e mortos por pertencerem a grupos étnicos "indesejáveis".
Croatas católicos, sérvios ortodoxos e bósnios muçulmanos hoje vivem sob os escombros da ruptura da ex-Iugoslávia, reconstruindo suas vidas e narrativas pessoais.
É preciso falar sobre o que aconteceu, é preciso escrever. É preciso manter viva a memória das guerras para que elas nunca mais aconteçam.
*Referência de : Os italianos, João Fábio Bertonha, pg 198.
Comments